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AGRICULTURA FAMILIAR: Diagnósticos mostram realidade das atividades produtivas da Fruticultura e da Pecuária Leiteira em Cuiabá

A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer-MT), com apoio do Programa REM MT, realizou uma série de diagnósticos para entender a realidade social, produtiva e ambiental dos produtores da agricultura familiar, das atividades produtivas de Pecuária de Leite e Fruticultura (banana e limão), situados em Cuiabá. Os resultados do trabalho foram apresentados nesta quarta-feira (16/03), durante evento na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em Várzea Grande, que reuniu técnicos do setor, autoridades políticas, agricultores e agricultoras atendidos pelos diagnósticos em  Cuiabá. 

O evento contou com a presença de agricultores da região. Crédito: Empaer-MT

 O extensionista rural da Empaer, Lucas Stevão, ponto focal do REM MT na Baixada Cuiabana, destaca que os diagnósticos são fundamentais para traçar políticas públicas, no sentido de melhorar a produção da agricultura familiar. 

“A partir dos resultados, a gente consegue ter um panorama geral das propriedades. Esse olhar sistêmico permite identificar os principais problemas e orientar os agricultores para melhorar o serviço”, explica.

Fruticultura

Na apresentação que fez durante o evento, Stevão detalhou o diagnóstico que produziu em Cuiabá, envolvendo a cadeia de Fruticultura. Foram oito meses de trabalho que resultou no  mapeamento de 71 propriedades, sendo 27 de produção de citros (limão) e 44 de banana, em 23 comunidades de Cuiabá. 

Lucas Stevão, engenheiro agrônomo extensionista da Empaer. Crédito: REM MT

Ele destaca que o apoio do REM MT foi fundamental para desenvolver as ações. “É o Programa que tem dado condições para a Empaer fazer um atendimento mais focado e continuado aos agricultores. Isso tem ocorrido por meio da estruturação dos nossos escritórios, apoio ao sistema SAGAE (Sistema de Acompanhamento e Gerenciamento das Atividades), aquisição de combustíveis, pagamento de diárias e a disponibilização de novos veículos para os técnicos realizarem as visitas nas propriedades. Além disso, o REM também ajudou a padronizar a metodologia de diagnósticos utilizada pelos extensionistas”, relata.

Pecuária Leitura

Na cadeia da pecuária leiteira, o diagnóstico foi realizado pelo experiente extensionista, Antônio Rômulo Fava, de 66 anos. Ao todo, 75 propriedades foram cadastradas no REM MT. Elas estão localizadas em 26 comunidades de Cuiabá. A maior delas é a 21 de Abril, na região do bairro Pedra 90. Fava destaca que o diagnóstico detectou gargalos importantes nessa cadeia produtiva. 

“Um dos principais problemas é a falta de regularização dos imóveis. Poucos proprietários possuem títulos de suas terras, e, desse modo, não conseguem acessar às linhas de créditos para investir na produção. A grande maioria também não possui o selo sanitário do Serviço de Inspeção Municipal, o SIM. Isso os impedem de vender os produtos para mercados maiores”, elenca Fava. 

Diante do cenário, ele espera que o diagnóstico “possa servir de subsídio para elaboração de políticas públicas que corrijam esses problemas no setor”.  

Os beneficiados

Se há obstáculo de um lado, do outro, o trabalho já começa a dar resultados positivos. Na propriedade de Vandecleia Prochnow, a assistência da Empaer, apoiada pelo REM MT, fez a produção de leite e de queijo aumentar em 30% nos últimos meses. 

“Os técnicos me passaram dicas sanitárias que eu não sabia. Detalhes de como higienizar o curral, o momento certo de ordenhar as vacas, práticas de manejo… tudo isso faz muita diferença”, destaca a produtora, que, por conta das adequações, está prestes a tirar o selo SIM, e dessa forma fazer com que os seus produtos cheguem a novos mercados. “Estou muito satisfeita com os resultados”, comemora. 

Agricultora familiar Vanclia aprendeu dicas valiosas com a Empaer para aumentar a produção das vacas leiteiras. Credito: Arquivo Pessoal

Na cadeia de valor da banana, as orientações da Empaer garantiu frutos saudáveis e vigorosos no sítio de João Querino, situado no Assentamento Serra das Laranjeiras, no Distrito da Guia (Cuiabá).

“O Stevão [extensionista da Empaer] me ajudou no controle de pragas e a evitar a concentração de mudas num mesmo local. Se as mudas ficam muito juntas, elas vão puxando o nutriente do solo e o pé de banana adulto não engrossa e as frutas também ficam magricelas. Aí qualquer vento derruba o pé. Depois que eu apliquei essa técnica de manter a área limpa, minhas bananas ficaram grandes e grossas. Cada uma delas pesa em média 250 gramas, e o melhor de tudo: são 100% orgânicas, sem nenhum tipo de agrotóxico”, diz orgulhoso o agricultor familiar. 

Bananas do sítio de Querino passaram a ficar mais saudáveis e vigorosas com a orientação da Empaer, apoiada pelo REM MT. Crédito: Arquivo Pessoal

Geração de renda

O coordenador adjunto do REM MT e presidente do Instituto Produzir, Conservar e Incluir (PCI), Fernando Sampaio, destaca que o raio-x dos diagnósticos podem resultar em ações que melhorem a geração de renda das famílias do campo, que é um dos objetivos do REM MT e da PCI.

Fernando Sampaio, coordenador adjunto do REM MT e diretor-presidente do PCI. Crédito: RD NEWS

 “O diagnóstico é a primeira parte de um trabalho da Empaer e do REM MT, que é muito mais amplo. Agora, a próxima etapa é pensar nas estratégias para fortalecer essas cadeias de valor nos aspectos ambiental, social e econômico”, salienta. 

Visão ampla

Já o coordenador do Subprograma Agricultura Familiar de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPCT)  do REM MT, Marcos Balbino, ressalta que os diagnósticos realizados pela Empaer possibilitam uma noção mais ampla dos arranjos dos produtores, inseridos nessas cadeias produtivas da Fruticultura e Pecuária Leitura. 

Marcos Balbino, coordenador AFPCT/REM MT. Crédito: REM MT

“É fundamental sabermos quem eles são, quais são os perfis, as faixas etárias e o que buscam para a suas produções. A partir dessas informações o REM MT também consegue ajustar suas estratégias no Subprograma AFPCT, visando beneficiar o maior número de agricultores e agricultoras familiares”, conclui. 

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