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SUSTENTABILIDADE: Projeto aumenta renda de famílias seringueiras do Noroeste de Mato Grosso

A realidade de centenas de seringueiros e pequenos agricultores da Reserva Estadual Extrativista Guariba Roosevelt (Resex), nos municípios de Colniza e Aripuanã, extremo Noroeste de Mato Grosso, está sendo mudada graças ao projeto Biodiverso. Apoiado pelo Programa REM Mato Grosso e executado pela organização socioambiental Pacto da Águas, o projeto tem como objetivo fortalecer o extrativismo sustentável, principalmente da borracha natural, e gerar renda para 70 famílias.

AUMENTO DA RENDA

De acordo com o coordenador do projeto Biodiverso, João Manoel, além de aumentar a renda dos trabalhadores, o projeto também criou uma rede para a comercialização da borracha da Resex. Para se ter uma ideia, os trabalhadores faturaram R$ 82,6 mil na última safra, gerando uma renda média de R$ 4,3 mil reais por família seringueira.

“Essa articulação só foi possível através das parcerias com a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (COOPERACRE) e com a Empresa V. Fair Trade Comércio e Exportação de Calçados e Acessórios. Sendo assim, há o fornecimento de borracha sustentável para a Fair Trade e os seringueiros recebem um pagamento digno por essa negociação, que segue todos os princípios contidos na Norma Fair for Life de certificação para comércio justo e cadeias de suprimentos responsáveis”, detalha.

 Seringueiros durante a pesagem da borracha natural. À direita, o coordenador do Biodiverso, João Manoel.
Foto: Biodiveso

SUSTENTABILIDADE

Outro ponto importante do projeto Biodiverso é a gestão ambiental e territorial da Resex e das áreas próximas onde moram os agricultores familiares.

“Buscamos preparar as organizações sociais para maior autonomia e sustentabilidade na gestão socioprodutiva dos recursos da floresta. Além disso, buscamos desenvolver a gestão, a governança e a disseminação dos conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável para os povos da floresta”, enfatiza.

 Jovem seringueiro durante atividade na Resex. Crédito: Biodiverso


EXPLORAÇÃO DESORDENADA

Manoel destaca também que a extração de látex é centenária na região. E isso, ao longo do tempo, garantiu renda aos seringueiros. No entanto, o que vigora no Noroeste mato-grossense é um modelo econômico que resulta na supressão da floresta e gera pouco desenvolvimento local.

Crédito: Biodiverso

“A história da região é marcada pela exploração desordenada dos recursos naturais, com impactos sociais e ambientais profundos. A lógica comercial predominante é exploratória e põe em risco a manutenção dos serviços ambientais fornecidos pela floresta”, pontua.

‘MUITO MAIS VIÁVEL’

Nesse sentido, o coordenador do Biodiverso observa que o modelo econômico proposto pelos seringueiros é muito mais viável para a região.

“É um modelo pautado pelo uso responsável da biodiversidade que privilegia e fortalece a coesão social entre os grupos extrativistas. Além disso, trata-se de uma estratégia relevante para reduzir as taxas de desmatamento, que voltaram a subir desde 2012 na Amazônia, e propiciar alternativas de geração de renda e vida digna para os povos da floresta, respeitando suas culturas e modos de vida tradicionais e, ainda beneficiando todo o planeta, por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa (gee) que provocam ao aquecimento global”, afirma.

 

Borrachas naturais (CVP) que foram prensadas para a pesagem. Crédito: Biodiverso

 

APOIO DO REM MT

O Biodiverso foi contemplado pela chamada 03 dos projetos do Subprograma Agricultura Familiar de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPCTs) do REM MT. Ao todo, o Programa está investindo R$ 1,4 milhão no projeto, que tem em seus indicadores a reforma de 2.000 hectares, aos moldes do plano de manejo florestal sustentável de Produtos Florestais não Madeireiros (PFNM).

 

Por Marcio Camilo
edição: Mariana Vianna

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