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250 produtores da região médio-norte de Mato Grosso são capacitados como agentes multiplicadores de práticas agrícolas sustentáveis

Capacitações ocorrem de forma continuada (Foto: CAT Sorriso)

Manter o equilíbrio entre aumento de produção agrícola e a conservação dos recursos naturais sempre foi um desafio. Mas, para 250 produtores da região médio norte de Mato Grosso, mais especificamente dos municípios de Feliz Natal, Nova Mutum e Sorriso, não mais. Isto porque eles foram capacitados para se tornarem agentes multiplicadores de práticas agrícolas e pecuárias sustentáveis em Mato Grosso. 

A capacitação faz parte de um projeto desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Programa REM MT, e tem como finalidade formar agricultores, pecuaristas, técnicos agrícolas, pesquisadores, professores e outros profissionais envolvidos no setor acerca de técnicas de produção sustentável, gestão ambiental, conservação do solo e recursos hídricos, além de questões sociais, como a valorização do trabalho no campo e o respeito às comunidades locais.

Além dos 250 produtores capacitados do Mato Grosso, entre 2021 e 2023, outros 500 produtores rurais da região foram atendidos pelo projeto a partir de eventos-técnicos motivacionais, por meio de três módulos. 

Conhecimento reproduzido

Flavio Wruck, pesquisador da Embrapa e responsável por ministrar a capacitação, conta que apesar dos sistemas de plantio direto (SPD) e a integração lavoura-pecuária (ILP)serem conceitos desenvolvidos há mais de 20 anos, ainda são novidades e até um grande paradigma para agricultores, pecuaristas e profissionais da área técnica na região atendida pelo projeto.

Flávio Wruck durante apresentação (Foto: CAT Sorriso)

“Apesar do grande volume de conhecimentos e tecnologias disponíveis sobre estes sistemas no meio científico, a validação e a adoção destes pelos produtores rurais depende, fundamentalmente, de bons projetos de Transferência de Tecnologias, principalmente na região médio norte do estado, onde o projeto está inserido”, explica Flávio.

Por isso, segundo ele, é importante que os produtores do Mato Grosso sejam capacitados de forma contínua, para que o conhecimento não se perca, e sim, se reproduza. 

250 produtores vão reproduzir conhecimentos (Foto: CAT Sorriso)

“Daí a importância da capacitação continuada dos agentes multiplicadores, pois sem os mesmos devidamente capacitados, as tecnologias geradas pelas instituições de pesquisa (Embrapa, Empaer, Fundação MT, entre outras) e instituições de ensino (UFMT, UNEMAT, entre outras), não vão alcançar o público-alvo, ou seja, os produtores rurais”, pontua o especialista. 

APOIO DO REM

A profissional sênior do Subprograma Produção, Inovação e Mercado Sustentáveis, Leonora Goés, explica que o projeto junto à Embrapa possui duas frentes principais de experimentos: O sistema de plantio direto (SPD) e a integração lavoura-pecuária (ILP) 

Para cada frente foram testados ao menos seis tipos de consórcios. Os resultados dos experimentos indicam as melhores culturas para serem plantadas durante a safrinha, que potencializam o desenvolvimento da soja sucessora, considerando a maior eficiência em estocar carbono, maior potencial em solubilizar fósforo e em controlar doenças foliares, ciclar nutrientes e melhorar os atributos químicos, físicos e microbiológicos do solo.

“Além de visualizar a propriedade como um todo, contemplando seus aspectos sociais, ambientais e produtivos, é uma preocupação contínua no Programa REM MT que toda a produção de conhecimento e de tecnologia seja compartilhada com o público-alvo. Por isso, além das capacitações de agentes multiplicadores, todo resultado da pesquisa será compartilhado através de publicações e da inserção em banco de dados digital (geoinfo)”, cita Leonora.

O investimento total no projeto foi de R$ 1.290.799,89 e teve o fim de sua execução em abril de 2024.

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