Há 20 anos, a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) trabalha na representação e defesa dos direitos dos povos originários mato-grossenses. Para que os indígenas conquistem cada vez mais autonomia, o Programa REM MT apoia a entidade desde 2018, fortalecendo as mais de 40 mil pessoas que vivem nos territórios indígenas do estado.
Por meio do Subprograma Territórios Indígenas, o Programa REM MT investe em projetos que visam o fortalecimento da gestão territorial e ambiental das terras indígenas mato-grossenses, contribuindo para a geração de renda, segurança alimentar e protagonismo das mulheres indígenas.
A federação é o principal interlocutor dos 43 povos indígenas de Mato Grosso. Com a diversidade das etnias, regiões e suas respectivas demandas, a presidente da Fepoimt, Eliane Xunakalo, reforça a importância da federação e da parceria com o REM MT.
Eliane, da etnia Bakairi, foi eleita a primeira mulher presidente da Fepoimt (Foto: Fepoimt)
“A Fepoimt tem uma longa história, são 20 anos de existência, mas tem 5 anos de registro oficial, que nasceu do Direito. Foi um processo de amadurecimento para chegarmos onde estamos hoje, com as questões de representar e estar com os povos indígenas de Mato Grosso, de atender demandas, defender os direitos e dessa forma, ajudar instituições governamentais a nos atender”, aponta.
Representatividade
Marcos Antonio Camargo Ferreira é coordenador do Subprograma Territórios Indígenas (Foto: REM MT)
Programas como o REM MT conseguem alcançar as comunidades por conta da interlocução da Fepoimt, visto que a federação representa a voz delas, explica o coordenador do Subprograma Territórios Indígenas, Marcos Antonio Ferreira.
“A Fepoimt é a grande responsável por fazer a inserção do programa nas terras indígenas. Primeiro, na mobilização durante a consulta prévia para a construção do programa e definição de linhas de atuação junto aos povos indígenas. É ainda uma entidade muito atuante na Comissão de Governança do Subprograma Território Indígenas, onde contribui com a indicação de temas e locais para atuação”, detalha Marcos.
Por sua vez, o Programa REM MT busca apoiar a Federação no fortalecimento da gestão territorial e ambiental das terras indígenas. Para o subprograma, foram destinados
“Os povos indígenas são reconhecidos como importantes atores na conservação de seus territórios, em função de seu modo de vida. Os territórios indígenas são áreas importantes na discussão das mudanças do clima, assim nada mais justo que o programa REM apoiar a participação de indígenas em discussões sobre o tema, como a COP e outros eventos, sempre que possível”, comenta.
Programa REM MT atende 61 terras indígenas de Mato Grosso (Foto: Christiano Antonucci Secom-MT)
Ao todo, são 61 terras indígenas apoiadas, com 355 comunidades alcançadas. Dante Novaes, gerente de projetos do Funbio, explica que a existência de um subprograma dedicado às questões indígenas ajuda a intensificar as ações voltadas para eles, assim como chamar a atenção da sociedade como um todo.
“O Programa REM MT, desde sua concepção, incentiva o protagonismo dos povos indígenas em sua implementação. Possuir um Subprograma específico para esta parcela da população no estado, bem como um sistema de Governança Participativa liderado por representantes de diversas etnias, demonstra o compromisso do programa com o fortalecimento do papel destas comunidades na agenda socioambiental do estado”.
Participação na COP27
Membros da Fepoimt levaram a representação indígena para a COP27 (Foto: Fepoimt)
Ano passado, a 27ª edição da Conferência do Clima das Organizações das Nações Unidas, chamada COP27, foi realizada no Egito. O evento é uma reunião com líderes mundiais e a ONU para debater sobre adaptação climática, mitigação dos gases do efeito estufa, o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global.
Dada a grandeza da conferência, o Programa REM MT conseguiu levar as lideranças indígenas para a COP27. Foram investidos R$ 156,2 mil para a participação de membros da diretoria na conferência.
“Os povos indígenas são os grandes guardiões das florestas e recursos naturais de nosso país. A forma que se relacionam e entendem a natureza faz com que o papel dessas comunidades seja essencial para discutir o meio ambiente. A Fepoimt, como representante dos povos indígenas em Mato Grosso, atuou como importante porta voz de suas bases e pode demostrar a importância da inclusão e protagonismo dos povos indígenas em fóruns como a COP”, relata Dante, sobre a importância da participação dos indígenas no evento.
Assembleia da Fepoimt
Assembleia que elegeu Eliane Xunakalo como presidente da Fepoimt (Foto: Fepoimt)
Há dois anos, a Fepoimt não tinha uma assembleia presencial, por conta da pandemia da Covid-19. O encontro físico foi muito importante para alinhar as principais pautas, além de realizar a eleição da federação.
Cacique Raoni Metuktire na Assembleia da Fepoimt (Foto: Fepoimt)
A estrutura do evento também foi apoiada pelo REM MT, no valor de R$ 602,210 mil.
“A assembleia esse ano foi eletiva, ou seja, tivemos processos de eleição da diretoria. Isso gerou discussões sobre a avaliação da gestão anterior, para determinarmos o que avançou, trazer demandas para nova gestão e fortalecer a Fepoimt”.
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