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Das aldeias para o mundo: REM MT promove oficina de Comunicação e Mídias Sociais para mulheres de 19 etnias

Mulheres de 19 etnias e de todas as idades participaram da Oficina de Comunicação e Mídias Sociais para Mulheres Indígenas, promovida pelo Programa REM MT, entre os dias 21 a 23 de agosto, no Mato Grosso Palace Hotel. A partir de conceitos sobre edição de fotos e vídeos, engajamento, gestão de redes sociais e confecção de entrevistas, as participantes tornaram-se protagonistas de suas próprias histórias, para empoderar e fortalecer suas comunidades por meio da internet. A oficina foi pensada para promover a geração de conteúdo sobre o cotidiano de mulheres indígenas e suas comunidades, cultura e luta pelos direitos indígenas.  

A iniciativa da oficina partiu da Associação de Mulheres Indígenas do Mato Grosso (Takiná). A jornalista Helena Corezomaé, que ministrou as aulas, relata que além de aprender sobre os conteúdos, elas vão poder ensinar aos demais indígenas da comunidade, criando assim mais canais de comunicação – tanto pessoalmente quanto on-line.

“É um trabalho que vão poder usar em suas comunidades, publicações para divulgar realizações que são da sua aldeia, e sobretudo o que elas estão vivenciando, até coisas de cunho pessoal, mas que queiram mostrar e compartilhar. Então, isso é muito importante, a gente vê aqui uma variedade muito grande de mulheres participando de diversas etnias, que vão poder compartilhar esse conhecimento também”.

oficina de Comunicação e Mídias Sociais para mulheresAmannda Vitorino e Helena Corezomaé 

Também ministrando as aulas na oficina de Comunicação e Mídias Sociais para mulheres, a empresária e criadora de conteúdo Amannda Vitorino, explica que o curso visa empoderar as mulheres indígenas, para que elas possam ser agentes de suas próprias narrativas.

“A ideia é que elas possam contar suas histórias pelas suas próprias vozes, que as histórias delas não sejam contadas por outras pessoas e que elas usem a internet para se conectar entre si. Porque elas falam da dificuldade de estar muito distantes. Elas não são vizinhas, estão ilhadas em lugares distantes, não conseguem se conectar e através das redes sociais estão montando um coletivo para se fortalecer”, conta Amannda.

PROTAGONISTA DAS SUAS HISTÓRIAS

oficina de Comunicação e Mídias Sociais para mulheres

A jovem Bruna Sirayp, da etnia Kaiabi Kawaiwete, já usa as redes sociais como uma forma de combater fake news e a desinformação dentro e fora do seu território, além de ser uma ferramenta para manifestar a luta pelos direitos indígenas. Ela é comunicadora das páginas @povokaiawete, @redejuruenavivo e @coiabamazonia.

“É uma maneira também de informar as notícias por meio da internet, porque atualmente a gente vem usando a internet como meio de ferramenta de luta, então eu acho que a gente aprender nessa oficina a como transmitir também dentro das nossas aldeias é muito importante”.

Com um perfil ativo da sua aldeia, que informa sobre reuniões e demais atividades, a oficina permitiu que Bruna abrisse um leque de conhecimento para engajar a causa, assim como ensinar os demais também. 

“O curso despertou também o meio de engajar o nosso Instagram, a gente já tem uma conta, então se temos um engajamento bom, é melhor para a gente porque a gente mostra o que acontece dentro da nossa aldeia, e é um meio também de vender artesanato voltado pelas mulheres”, detalha.

oficina de Comunicação e Mídias Sociais para mulheres

Do povo Chiquitano, a pós-graduanda em Antropologia Social Sebastyan Arruda também atua na Takiná. Com intuito de fortalecer e aumentar a visibilidade da associação, a oficina permitiu que elas produzissem conteúdo de qualidade.

“É uma oportunidade pra gente enquanto comunicadora indígena, e também porque a gente já vem fazendo um trabalho nas redes sociais da Takiná. Através do curso a gente tem a possibilidade de melhorar, dar uma qualidade a mais para os produtos que divulgamos nas redes sociais da associação”, detalha.

“A oficina é ótima por estar voltada para o protagonismo das mulheres indígena, para que elas assumam os seus lugares, não só de fala, mas seus lugares de direito, porque acredito que é importante estarmos assumindo esses lugares para dar visibilidade”, pontua Sebastyan. 

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