Preservar o meio ambiente, reduzir os impactos e proporcionar bem-estar coletivo. Essas são as palavras-chaves que definem uma das mais importantes profissões atualmente: a Engenharia Ambiental. Relativamente nova, a profissão, que foi criada para alcançar o equilíbrio da ação humana no meio ambiente, garantindo um futuro saudável e promissor, é celebrada neste dia 31 de janeiro.
De acordo com dados de 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS), a má qualidade do meio ambiente provoca 12,6 milhões de mortes por ano. Isso significa dizer que 23% das mortes por ano ocorrem por conta de ambientes pouco saudáveis.
Portanto, preservar o meio ambiente é indispensável, além de urgente. A Engenharia Ambiental vem ao encontro de desenvolver técnicas voltadas para a preservação do meio ambiente, identificar os impactos causados pela ação do homem e promover a sustentabilidade.
Rafael Laranja (Foto: Reprodução)
O engenheiro ambiental Rafael Laranja explica que escolheu a profissão movido pelo desafio constante de aprendizado, buscando também se atualizar frente aos desafios globais das mudanças climáticas.
“Poder interagir com pessoas de diferentes áreas também me motivaram a escolher a profissão, pois a demanda de exercer tarefas em grupo é muito agregadora, tanto profissionalmente como pessoalmente”, fala Rafael sobre a interação com outras profissões.
Por sua vez, Tiago Lagares recorda que a profissão de Engenheiro Ambiental foi criada justamente pela necessidade de conter o efeito estufa e todas as consequências das ações humanas no meio ambiente.
“Nós temos a função de preservar o meio ambiente e os recursos naturais, para que seja garantida a segurança e a qualidade de vida, tanto para as populações humanas, quanto para os demais seres vivos”, explica Tiago.
O que faz o engenheiro ambiental?
A atuação do engenheiro ambiental deve basear-se no atendimento das preocupações ambientais, podendo também planejar, coordenar, administrar instituições de tratamento de esgoto, saneamento básico, redes de distribuição de água, coleta e descarte de lixo, por exemplo.
Tiago Lagares fala sobre a satisfação, que é poder contribuir com um mundo mais promissor ecologicamente, por meio da sua profissão.
Tiago Lagares falando sobre recuperação de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) (Foto: REM MT)
“Quando atuamos numa estação de tratamento de água, tratamento de esgoto, quando elaboramos um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (lixo), num licenciamento ambiental ou qualquer outro projeto, eu fico realizado por saber que estou contribuindo para a saúde e qualidade de vida das pessoas, e também preservando ou minimizando os impactos causados no ecossistema”, relata.
Trabalhar em projetos
Larissa Arruda acredita que a profissão estabelece um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e ambiental (Foto: REM MT)
Larissa Arruda é Engenheira Ambiental e trabalhou no Programa REM MT (REDD Early Movers Mato Grosso, em português, REDD para Pioneiros), atuando no Subprograma Agricultura Familiar, Povos e Comunidades Tradicionais.
Ela avalia que a profissão estabelece um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, pensando em soluções para um presente e futuro sustentável.
“Minha atuação no REM MT foi em prol da gestão dos projetos selecionados que ajudam na manutenção da floresta em pé. Seja fazendo o atendimento ou atualização das atividades que proporcionam o resultado esperado e objetivo da meta pactuada pelos mesmos”.
Tanto Tiago, quanto Rafael, trabalham em projetos voltados para a recuperação ambiental, que contam com apoio do Programa REM MT.
Tiago é extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e faz parte do projeto “Sistemas agroflorestais manejados participativamente com tecnologias agroecológicas em Aripuanã”.
O projeto, vinculado à Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão do Norte de Mato Grosso (Faepen-MT), busca comprovar na prática, junto com cada família, que a implantação de um Sistema Agroflorestal (SAF) é viável economicamente, socialmente e ambientalmente.
“O engenheiro atua dando sinergia à equipe dos projetos, pois em um projeto agrícola são envolvidas diferentes atividades, que apenas um profissional não consegue executar. Logo, isso é fundamental para garantir a qualidade na execução de qualquer projeto na área”, explica sobre a importância da profissão.
Há dois anos, o projeto deixa as famílias apoiadas empolgadas. “Esse projeto oportunizou fazer um plano de melhoria para as propriedades rurais beneficiadas como um todo e que no futuro tenderá a replicar por todas as comunidades”, avalia.
Já o projeto “Do campo à mesa: fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis em redes de cooperação solidária” da Uniselva, onde trabalha Rafael, também é responsável por implantar Sistemas Agroflorestais, fortalecendo a agricultura familiar e ampliando um modelo alternativo de organização e acompanhamento de produção sustentável na região da Baixada Cuiabana.
Uniselva incentiva a agricultura familiar da baixada cuiabana (Foto: Uniselva)
O projeto surgiu em 2021 com apoio do REM MT e auxilia 10 comunidades na gestão sustentável dos recursos de suas propriedades.
“O projeto tem como objetivo principal consolidar cadeias produtivas embasadas em princípios agroecológicos e no uso de tecnologias de baixo carbono, aumentando a renda de agricultores familiares e a participação de suas organizações na construção e fortalecimento de redes e canais curtos de comercialização no Território da Baixada Cuiabana”, comenta Rafael.
E o Programa REM MT esteve junto com esses projetos, dando tanto o suporte financeiro, como pensando estratégias a serem desenvolvidas.
“Os recursos do Programa REM MT são provenientes dos governos da Alemanha e do Reino Unido e direcionados às nações comprometidas com a redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) por meio de ações de conservação de florestas que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas”, fala Rafael, sobre o porquê do REM MT ter apoiado o projeto da Uniselva.
Dentro do REM MT, Larissa vê que a sua profissão reflete em resultados que vão repercutir por muitos anos, auxiliando o meio ambiente e questões sociais.
“Na minha atuação eu via muito sobre a preservação ambiental e solução sustentável para um futuro melhor em prol da floresta em pé”, comemora.
Foto capa: GCOM MT/José Medeiros