Por Vitória Lopes
O Programa REM MT, por meio do Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais, recebeu um reforço de R$ 15,2 milhões para atender 22 organizações contempladas na chamada de projetos para planos de gestão de cadeia de valor da sociobiodiversidade de Mato Grosso. A princípio, R$ 23,5 milhões estavam disponíveis.
Com mais planos aprovados, o Programa REM MT dialogou com doadores e conseguiu aumentar o recurso da Chamada 12.2022. O investimento agora subiu para R$ 38,7 milhões. Outra intenção era aumentar o número de cadeias de valor apoiadas em Mato Grosso. Entraram agora: a borracha, o açaí e o café.
Borracha Natural (Foto: REM/MT)
É importante destacar que na chamada de projetos anterior, a equipe do programa notou uma grande dificuldade das organizações menores e menos experientes em terem seus projetos aprovados. Por isso, nesta chamada, a estratégia foi montar um formato de chamada que proporcionasse mais inclusão e oportunidades aos PCTs.
Para isso, foi realizada uma manifestação de interesse em participar da chamada de projetos. Em seguida, houve o processo de mentoria, para construir o plano de gestão dessas cadeias de valor. Depois da mentoria, as organizações se submeteram ao edital, que foi aberto em outubro deste ano. Por fim, os planos foram analisados e selecionados pelo comitê técnico. Ao todo, foram aprovados 22 planos de gestão, que vão receber uma carta oficial do Funbio, gestor financeiro do Programa REM MT – além de uma carta com todas as recomendações de ajustes dos avaliadores.
Comitê Técnico (Foto: REM/MT)
Ao tornar a chamada mais acessível e dar oportunidade às comunidades e povos tradicionais, alguns planos de gestão irão aglutinar mais de uma organização, explica o coordenador do Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais (AFCT), Marcos Balbino.
“Tivemos um pouco mais de 30 planos de gestão que foram entregues na chamada, mas dentro desses planos de gestão, tivemos a possibilidade de ter arranjos, que chamamos de aglutinação, que é quando uma organização que estava na manifestação conseguia apoiar outras organizações menores, que têm algum tipo de dificuldade para gerenciar projetos. Apesar de ter cerca de 30 planos de gestão, nós temos mais empreendimentos sendo apoiados pelo REM MT”, pontua.
Coordenador do Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais (AFCT), Marcos Balbino (Foto: REM/MT)
Formado por várias pessoas com experiência na agricultura familiar mato-grossense e cadeias produtivas da sociobiodiversidade, o comitê técnico conseguiu analisar os planos em tempo recorde: em três dias e meio. Segundo Marcos, eles costumam levar até dois meses para avaliar todos os projetos. Construir um processo seletivo mais acessível e padronizado, além de realizar encontros presenciais, foram os fatores primordiais para obter o sucesso da chamada.
“Tentamos facilitar e organizar melhor a documentação, para que todos os planos de gestão tivessem o mesmo padrão, porque isso não ocorreu na primeira chamada do subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais. Cada projeto fazia de um jeito, então era muito difícil de analisar. Fizemos um padrão adaptado à realidade do estado, dos beneficiários e cadeias produtivas da sociobiodiversidade”, conta.
Mais projetos, mais recursos
Com mais planos aprovados, o recurso de R$ 23,5 milhões se tornou insuficiente para atender a todos – e pelo menos 12 projetos ficariam de fora.
“Como tinha mais 12 que tinham sido aprovados, solicitamos aos doadores, conversamos com os parceiros, para que a gente pudesse colocar mais recursos e apoiar, contratar esses outros planos”, disse Marcos.
Foram autorizados mais R$ 15,2 milhões, totalizando R$ 38,7 milhões. Assim que realizarem os ajustes, as organizações poderão assinar o contrato para executarem os planos em 2023.
Além de conseguir mais recursos e fornecer a mentoria para ajudar na construção dos planos, o Programa REM MT também vai disponibilizar consultores para apoiar as organizações beneficiárias durante a execução dos planos de gestão.
Castanha do Brasil (Foto: REM/MT)
“Existe uma grande dificuldade de algumas organizações em relação a alguns processos burocráticos, como à prestação de contas, a organização de documentos, fazer especificações de aquisições e contratações… Então, esses consultores vão estar o tempo todo apoiando eles a hora que começar”, relata Marcos.
Confira os planos contemplados:
