Coordenadora do Programa REM MT cita resultados positivos durante os 5 anos de execução (Foto: REM MT)
Desempenhando um papel crucial na manutenção da floresta em pé e no fortalecimento da agricultura familiar, povos indígenas e comunidades tradicionais, o Programa REM MT apresentou seus resultados na Semana do Clima da América Latina e Caribe 2023. O evento é organizado pelo governo do Panamá e ocorre entre os dias 23 e 27 de outubro, na Cidade do Panamá, capital do país.
O REM MT foi destaque no painel “Lições aprendidas nas experiências de implementação dos programas REDD+ a nível jurisdicional”, que visava compartilhar e socializar as experiências aprendidas durante a implementação do programa de pagamento por resultados de REDD+ em Mato Grosso, mostrando que é possível conciliar o desenvolvimento com o meio ambiente, contribuindo para a conservação das florestas e redução das emissões de gases de efeito estufa.
Mato Grosso, estado brasileiro na região amazônica, desempenha um papel estratégico na luta global contra as mudanças climáticas, devido à sua vasta extensão de biodiversidade e por dominar o cenário do agronegócio.
A coordenadora geral do Programa REM MT, Ligia Vendramin, explicou que há 5 anos, o programa tem sido elemento chave na criação de oportunidades para apoiar a manutenção da floresta em pé, compartilhando as lições e aprendizados da execução do programa.
Ela apresentou ainda os resultados da Fase 1 do REM MT na Semana do Clima da América Latina e Caribe 2023, que iniciará novas ações de preservação em fevereiro de 2023.
“Alcançamos 107 dos 142 municípios de Mato Grosso, são mais de 30 mil beneficiários, 144 organizações sociais, entre cooperativas, ONGs e associações, sendo 3/4 delas associações e cooperativas. Apoiamos cerca de 11 mil famílias, 600 aldeias indígenas onde temos iniciativas não só pontuais, mas contínuas e estruturantes, atuamos em 20 cadeias produtivas e em conjunto com 16 organizações públicas”, detalha a coordenadora.
As ações do programa também foram primordiais no combate ao desmatamento ilegal, uma vez que Mato Grosso sempre figurava entre os maiores índices do país.
“No combate ao desmatamento, o Programa REM foi essencial para inverter a lógica: se antes Mato Grosso estava sempre correndo atrás do prejuízo, ele passa a chegar antes do dano e isso transformou tudo, tanto é que nossos dados de desmatamento ilegal têm caído e conseguimos performar nos 3 anos de desembolso”, destaca.
Entre os desafios, Ligia comenta sobre o desafio de atuar em uma área tão extensa e de conciliar interesses dos diferentes grupos sociais, mantendo o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
“Equilibrar esses benefícios dentro de um estado desse tamanho, com tantos diferentes interesses, não é simples. Mas o que temos de desafio, também é nossa maior fortaleza, que é a própria governança do programa, porque as decisões são compartilhadas. Um dos grandes desafios também é manter as partes interessadas bem informadas, desde os financiadores até a sociedade em geral”, cita.