Um ritual que faz parte da tradição do povo Nambikwara há séculos e que marca a transição da infância para a vida adulta das mulheres da comunidade indígena. Esse é o Ritual da Menina Moça, que resiste ao tempo e às influências externas e preserva a cultura dos Nambikwaras.
Com o objetivo de apoiar e valorizar essa tradição indígena, o Instituto Amazonas desenvolveu o projeto Waindxisu, que recebeu financiamento do Programa REM MT, e possibilitou a execução do Ritual da Menina Moça, com toda a estrutura necessária.
O projeto viabilizou a execução de inúmeras ações preparatórias para o ritual, incluindo a produção de 1.100 peças de artesanatos tradicionais que foram utilizadas durante o ritual, a construção do Tamuio (habitação tradicionalmente utilizada para a reclusão das meninas) e a Casa da Flauta (local sagrado onde ficam os anciões), além de, quatro alojamentos e duas cozinhas comunitárias, utilizadas durante o ritual para preparar e servir os alimentos aos participantes.
Uma das casas construídas pelo projeto Waindxisu na comunidade dos Nambikwaras
À pedido da comunidade, foram realizados investimentos na infraestrutura, com a instalação de rede elétrica, aquisição de ferramentas, combustível e insumos para a implementação e manutenção de roças tradicionais, para a produção dos alimentos, que em parte, foram consumidos durante o rito.
Um dos desafios enfrentados para a execução do ritual, foi o deslocamento das aldeias indígenas para o local de realização da cerimônia Nambikwara, já que muitos estão em locais distantes. Para auxiliar nessa logística de transporte, o projeto Waindxisu viabilizou o deslocamento de 763 indígenas das comunidades Kithãnlu, Cascalheira, Duas Pontes, Najá, Manduca, Davi, Mutum, Barracão Queimado, Água Verde, Chapada Azul e Estrela até a aldeia Figueirinha, local onde ocorreu o 1º Waindxisu – Ritual da Menina Moça, com a participação de mais de 1.200 indígenas e convidados.