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Fábrica de beneficiamento de castanhas no território indígena Zoró é inaugurada e integra programa PAA da CONAB

As 32 aldeias do povo Zoró estiveram representadas pelos seus caciques na cerimônia de inauguração oficial da fábrica de beneficiamento de castanha da Amazônia do Povo Indígena Zoró, realizada na aldeia Guwa Puxurej, no município de Rondolândia (MT), no dia 25 de abril. O evento que marca uma nova fase para os Zorós, contou com a presença de autoridades representando a SEMA, o Programa REM MT, SEAF, SETASC e a CONAB.

 

A construção da fábrica de beneficiamento das castanhas no território indígena foi viabilizada pela SEMA por meio do Programa REM MT, que desde 2020, atua com os Zorós por meio do Projeto Man Gap. O coordenador do projeto, Paulo César Nunes, agradeceu ao apoio que recebeu para a realização desse projeto.

 

“Não tenho palavras para agradecer à SEMA e ao Programa REM. São cinco anos de trabalho, com o acompanhamento e muita atenção da coordenação do REM MT. São dois projetos que o REM apoiou aqui na primeira fase, e a gente acredita e quer que essa parceria continue com a fase 2, que com certeza, continuará a beneficiar esses povos”, pontuou Paulo.

 

Secretário adjunto de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, Clovis Figueiredo Cardoso, Secretária da SEMA, Mauren Laurenzetti, Coordenadora do Programa REM MT, Lígia Vendramin e o Secretário Adjunto de Direitos Humanos da SETASC, Kennedy Dias  - Foto: Priscila Soares/ REM MT.

 

A secretária da SEMA, Mauren Lazzaretti, reforçou o compromisso do Governo do Estado com os povos indígenas por meio da atuação do Programa REM MT.

“ O REM MT é um programa do Estado que tem entre os seus pilares, um extremamente importante para o povo Zoró e para todas as 42 etnias de Mato Grosso, que é respeitar a vontade dos indígenas para que eles recebam o apoio do Estado para o fortalecimento da sua cadeia produtiva, do seu processo cultural, da manutenção da dignidade do seu povo”, falou Mauren durante a cerimônia.

 

Cerca de 100 famílias trabalham diretamente no beneficiamento das castanhas, mas a fábrica beneficia todo o povo Zoró. Com a construção da fábrica, os Zorós entraram para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), onde receberão um recurso de R$1,5 milhão para entrega de 19 toneladas de amêndoas de castanha da Amazônia para organizações socioassistenciais de Rondolândia e de Ji Paraná-RO.

 

A CONAB estabeleceu o preço de R$ 78,00 por quilo de castanha beneficiada, um valor bem acima do mercado privado, o que irá fortalecer o trabalho do povo indígena Zoró, promovendo o extrativismo e beneficiamento da amêndoa, valorizando a cadeia da castanha.

 

Fábrica irá fornecer de 2.500 a 3.000 castanhas beneficiadas por mês - Foto: Priscila Soares/ REM MT.

 

Com o beneficiamento das castanhas e aquisição do produto pela CONAB, o povo Zoró terá a renda das famílias garantida, contribuindo também para a manutenção da floresta em pé, promovendo o extrativismo sustentável, fomentando o trabalho das mulheres Zoró que são papel fundamental nesse processo de beneficiamento.

 

PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)

 

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem como objetivos garantir o acesso à alimentação para pessoas em condições de vulnerabilidade social e impulsionar a agricultura familiar. Ele promove o abastecimento alimentar por meio de compras governamentais, fortalece os circuitos de distribuição locais e regionais, gera riqueza e distribui renda de forma equitativa, valoriza a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica de alimentos, e incentiva hábitos alimentares saudáveis.

 

Cerimônia contou também com a presença da Diretoria Administrativa, Financeira e Fiscalização, Rosa Neide Sandes de Almeida e do Diretoria de Política Agrícola e Informações, Sílvio Isoppo Porto, da CONAB -  Foto: Priscila Soares/ REM MT.

 

CONHEÇA O REM MT

 

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. O REM MT beneficia aqueles que contribuem para manter  a floresta em pé, como os agricultores familiares, pequenos e médios produtores que praticam a agropecuária sustentável, povos e comunidades tradicionais e os povos indígenas. O REM MT também realiza o fomento de iniciativas que estimulam a economia de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta. 

 

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). 




 

Por Priscila Soares (REM MT)

 

Programa REM MT participa do evento “Reino Unido e Brasil: Parceiros para um crescimento verde e inclusivo” em Brasília

O Programa REM MT participou do evento: “Reino Unido e Brasil: Parceiros para um crescimento verde e inclusivo”, realizado nesta terça-feira (26), em Brasília, representando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e o Governo de Mato Grosso. O evento, promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) em parceria com a Embaixada do Reino Unido, foi realizado para celebrar as parcerias entre o governo do Reino Unido com o Brasil.

 

Durante o evento também foram mostradas as parcerias do Reino Unido com os estados do Acre e Mato Grosso, com os Programas REM. Na ocasião, a Coordenadora Geral do Programa REM MT, Ligia Vendramin, foi convidada a falar sobre as expectativas e desafios a serem superados até a COP 30. 

 

Na sua falta, Ligia Vendramin falou sobre as ações desenvolvidas junto às comunidades que trabalham para manter a floresta em pé.

“Através do Programa REM MT, temos uma caminhada forte e importante, que hoje alcança mais de 30 mil pessoas, sendo 40 povos indígenas beneficiados, cinco segmentos das populações e comunidades tradicionais, mais de 20 cadeias de valor e o governo de Mato Grosso tem a oportunidade agora com a renovação do programa, de dar amplitude a isso”, disse Ligia.

 

Coordenadora Geral do Programa REM MT, Ligia Vendramin, falou sobre as expectativas e desafios a serem superados até a COP 30

 

A coordenadora do Programa REM MT ainda destacou outra frente importante de trabalho desenvolvida diretamente pela SEMA, que é a regularização ambiental.

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente anuncia no dia 27 de março, uma nova etapa, um pulso de inovação na regularização ambiental, com o lançamento do Cadastro Ambiental Rural Digital, cuja a meta é alcançar, até a COP de 2030, a aprovação de 50% de todos os CARs dos 66 municípios prioritários no combate ao desmatamento”, conta.

 

Ligia destacou outra ação importante do Governo de Mato Grosso, visando enfrentar os desafios ambientais até a COP 30, que será o lançamento do Plano Estadual de Restauração, em abril deste ano, que será um suporte para reverter o processo de degradação de cerca de 1,8 milhões de hectares.



REINO UNIDO E BRASIL

 

Durante o evento, foram debatidos resultados alcançados da parceria firmada em 2023 entre Reino Unido e Brasil, que inclui compartilhamento de conhecimentos, colaboração política, apoio a programas de desenvolvimento sustentável e de transição energética, apoio nas áreas de ciência e na área comercial.

 

A Embaixada do Reino Unido anunciou um investimento em nove projetos em parceria com o governo brasileiro, por meio do Financiamento Internacional para o Clima (ICF). A cooperação, que já rendeu mais de R$ 3 bilhões em investimentos britânicos no país, faz parte das ações de engajamento para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que acontece em 2025 em Belém (PA).

 

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e secretário de estado das Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido, James Cleverly ao fechar parceria entre os governos em 2023 - Foto: Poder 360

 

CONHEÇA O REM MT

 

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. O REM MT beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, pequenos e médios produtores da agropecuária, povos e comunidades tradicionais e os povos indígenas. O REM MT também realiza o fomento de iniciativas que estimulam a economia de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta. 

 

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). 

 

 

Por Priscila Soares (REM MT)

 

Confira 4 tecnologias utilizadas pelo REM MT para combater as novas táticas dos criminosos ambientais

Cada vez mais os criminosos ambientais têm usado de novas táticas para promover o desmatamento ilegalmente sem serem percebidos, para atender aos próprios interesses. Dentre as táticas, estão o uso de agrotóxicos com função desfolhante e a derrubada de árvores na mata e uso do fogo.  

O uso de agrotóxicos de ação desfolhante no contexto do desmatamento ilegal é uma prática extremamente prejudicial ao meio ambiente e à biodiversidade. A dispersão desses produtos químicos sobre a mata nativa é o estágio inicial do desmatamento, causando a morte das folhas - e de boa parte das árvores. O material é queimado e as árvores sobreviventes são removidas com motosserras e tratores.

Criminosos ambientais também exploram a grilagem de terras como uma estratégia eficaz para promover o desmatamento na Amazônia. Inicialmente, eles identificam áreas de interesse dentro da floresta, muitas vezes distantes e de difícil monitoramento. Com apenas uma motocicleta e motosserra, cortam as árvores maiores, que consequentemente derrubam as menores e depois ateiam fogo. 

A partir da chegada da multa, eles usam a penalidade como forma de comprovação da propriedade da terra. No fim, o desmatamento tem por finalidade tentar vender a área como se fosse legítima, o que dificulta a reversão da grilagem da terra. 

Mas se as tecnologias e táticas são usadas pelos criminosos, elas também podem ser usadas pelas autoridades e aqueles que ajudam a proteger a natureza. E ao integrar satélites, drones, geoprocessamento, inteligência artificial e a participação coletiva, torna-se possível uma abordagem mais eficaz na preservação das nossas florestas.

1. MONITORAMENTO POR SATÉLITE

A Plataforma Planet, que inicialmente foi contratada com recursos do REM MT e agora foi assumida pela SEMA, possibilitou o aprimoramento do monitoramento da cobertura florestal do estado e a implantação de um serviço de inteligência integrada entre as instituições, para as ações de fiscalização do desmatamento e de focos de calor.

A plataforma Planet produz imagens diárias de alta resolução, por meio de uma constelação de satélites e cujo serviço foi adquirido por meio do Programa REM MT em 2019, para atuar no controle e combate ao desmatamento ilegal, em toda a extensão de Mato Grosso. 

2. SOFTWARES 

O sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Brasileira por Satélite), por exemplo, do Inpe, usa imagens de satélite para realizar o monitoramento da Amazônia Legal. A partir desse trabalho, o órgão publica taxas anuais de desmatamento na região.

Outro software importante no combate ao desmatamento será a plataforma própria de alertas ao desmatamento e focos de calor, chamada Siga Alertas. Apoiada pelo  Programa REM MT, sob responsabilidade da Sema. Entre as inovações da nova Plataforma se destaca o Gerenciamento dos Alertas de Desmatamento, desde a sua detecção até o seu atendimento pela fiscalização com o auto de infração.

Para o ano de 2024, espera-se implantar a informatização completa do processo de fiscalização ambiental, que inclui a fiscalização, a responsabilização e a cobrança da multa com o objetivo de reduzir a impunidade e a prescrição dos processos. 

3. FORTALECIMENTO DA FISCALIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE LEIS

O REM MT apoiou na estruturação e criação da Gerência de Planejamento de Fiscalização e Combate ao Desmatamento – GPFCD da SEMA-MT, atuando no tratamento dos dados, autuação remota, planejamento e gerenciamento das operações integradas de fiscalização “in loco”. Para esta atuação foi primordial a integração dos órgãos públicos como o MPE, Forças da Segurança Pública e Órgãos Ambientais (SEMA e IBAMA).

A integração dos órgãos públicos por meio do compartilhamento de informações, criação de salas de situação de monitoramento remoto e capacitações, proporcionou o aumento da capacidade dos órgãos em responsabilizar administrativa e criminalmente os ilícitos ambientais.

O programa proporcionou ao setor da fiscalização uma infraestrutura adequada (EPIs, Frota e diárias) para uma atuação eficiente aos embargos dos ilícitos. Além disso, apoiou na contratação de empresa para remoção de maquinários apreendidos, uma ação de fiscalização considerada estratégica, pois a retirada do maquinário cessa o dano ambiental.

A combinação do Sistema Prodes, Plataforma de Alertas Planet mais os esforços de fiscalização fortalecidos contribuíram para uma aplicação mais eficaz das leis ambientais. A precisão proporcionada pelos satélites permite a identificação ágil de infratores, possibilitando medidas punitivas imediatas.

4. DRONES E ACESSO AO MONITORAMENTO POR SATÉLITE AOS INDÍGENAS

Para proteger o território de atividades ilegais de invasores, o Programa REM MT apoiou a compra de equipamentos, como drone, gerador e rádio para povos indígenas do Xingu monitorarem a entrada de invasores. 

Além de proteger a biodiversidade, os indígenas também dependem da natureza para se alimentar. Portanto, o desmatamento nessa região provoca problemas de grandes proporções socioambientais. 

Fora a aquisição de equipamentos para facilitar e potencializar o monitoramento, os povos indígenas terão acesso a Plataforma Planet, que registra as imagens de crimes ambientais em tempo real. Com o monitoramento ao vivo, a comunidade pode agir de forma preventiva, evitando um risco maior causado pelo avanço do fogo. 

INVESTIMENTOS

De acordo com o ponto focal do Subprograma Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes (FIPPE), Elton Silveira, durante a primeira fase do Programa REM MT, no Eixo de Controle efetivo do desmatamento com responsabilização dos infratores, foram investidos R$42.615.361,10. 

“Foram recursos importantes para a redução do desmatamento, integração e fortalecimento das instituições públicas e inovações no combate aos crimes ambientais no Estado de Mato Grosso”, disse Elton.

Projeto de pesquisa financiado pelo REM MT finaliza com resultados positivos em rentabilidade e qualidade do solo

O projeto de pesquisa IMA/PISA, uma iniciativa conjunta do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) e da Aliança SIPA, financiado pelo REM MT, mostrou resultados significativos quanto à produtividade das culturas e a qualidade do solo, por meio do uso de sistemas integrados de produção agropecuária e pastoreio rotatínuo, em Rondonópolis/MT.

 

O IMA, como um modelo de produção sustentável, busca aumentar a produção de alimentos em nível de fazenda e paisagem, integrando práticas como agricultura de conservação sem arado, bem-estar animal e sistemas integrados de lavoura e pecuária. Em relação ao pastoreio rotatínuo, a pesquisa sobre comportamento de pastejo e tamanho do pasto desempenham um papel crucial, orientando as metas de manejo para otimizar a taxa de ingestão de forragem.

 

O projeto concentrou-se em avaliar e difundir a utilização de tecnologias inovadoras para a intensificação sustentável dos sistemas que conciliam lavoura e pecuária, para a produção de alimentos e de serviços ecossistêmicos, garantindo sustentabilidade e segurança alimentar aos sistemas de produção. A iniciativa abrangeu a pesquisa e disseminação de conhecimentos sobre sistemas integrados de produção agropecuária, recuperação de solos degradados, mitigação de emissões de gases de efeito estufa e adaptação às mudanças climáticas.

 

Foram conduzidos experimentos em campo, testando níveis de diversidade funcional em sistemas de produção agrícola, avaliando diversos indicadores de qualidade do solo (químicos, físicos e biológicos). O estudo destacou um impacto positivo da diversidade funcional, representada pela ampla variedade de plantas e animais presentes no sistema, resultando na melhoria da qualidade do solo e aumento na produtividade do algodão, especialmente em solos arenosos, em um horizonte de curto prazo. 

 

Em sistemas caracterizados por uma elevada diversidade funcional, a presença de animais e a diversidade de plantas resultaram em uma maior entrada de matéria orgânica no solo. Este processo enriqueceu o solo com uma quantidade significativa de carbono orgânico, sinalizando melhorias substanciais na saúde do mesmo.

 

A pesquisa mostrou que quanto mais nutrientes são colocados no solo na fase de pastagem, maior é a rentabilidade do sistema.

 

Além do estudo, o projeto também capacitou a comunidade por meio de eventos de difusão, dias de campo, cursos e palestras, que alcançaram 1079 estudantes, profissionais liberais e produtores rurais. O projeto também financiou 3 bolsas de mestrado, 1 de doutorado e 2 de pós-doutorado.

 

Diversos estudantes, profissionais liberais e produtores rurais foram capacitados durante o projeto.

 

O coordenador do projeto, Profº. Edicarlos Damacena de Souza, falou sobre os bons resultados da pesquisa. “Nós observamos que em sistemas mais diversos e complexos, onde, por exemplo, têm entrada do animal nos sistemas integrados, ocorre uma melhoria na saúde do solo. Essa melhoria em alguns indicadores de qualidade, como na fração biológica do solo, no aumento da matéria orgânica, no aumento de retenção de água, reverberou incrementos de produtividade das culturas agrícolas que vieram na sequência, como a soja ou algodão, chegando a produzir cerca de 2,5x mais algodão do que em condições de baixa diversidade funcional”, conta.

 

Na produção de soja os resultados também foram positivos. “Nós percebemos que quando você faz adubação na fase pastagem, há melhorias em uma série de atributos e nos indicadores de qualidade, e isso refletiu, em uma maior produção de carne e de soja. Quanto mais eram colocados nutrientes na fase de pastagem, maior era a rentabilidade também do sistema”, explica o coordenador.

 

E não foi só no quesito da qualidade do solo que o projeto mostrou resultados animadores, como explica o Edicarlos. “O ponto que nós observamos extremamente  interessante foi o aumento da matéria orgânica do solo, e hoje também, além das questões ambientais, ele pode ser uma fonte de renda para o produtor nesse mercado de crédito de carbono, porque, se aumentar os estoques de carbono, além de melhorar a produtividade, eu ainda posso comercializar esse carbono no mercado”, finaliza.

 

Pastagens mais sustentáveis com o aumento do estoque de carbono do solo e redução na emissão de gases de efeito estufa.

 

O projeto de pesquisa possibilitou uma contribuição significativa também com a pecuária mais sustentável e rentável, alinhando preservação ambiental e maior rentabilidade aos produtores. O REM MT investiu ao longo dos 3 anos de projeto o valor de R$730.585,92 mil, por meio do subprograma Produção Sustentável, que  fomenta a sustentabilidade na produção de commodities importantes para MT, como a pecuária e a agricultura. O subprograma visa não apenas aumentar a eficiência produtiva, mas também alinhar-se às demandas ambientais. 

 

Outro foco do subprograma é estimular a aproximação do produtor rural às inovações tecnológicas adaptadas à realidade local. Essa abordagem busca não apenas trazer avanços técnicos, mas também, garantir que tais avanços sejam aplicáveis e relevantes para os agricultores e pecuaristas de Mato Grosso, fortalecendo assim a base econômica do estado de forma sustentável.

 

REM MT 

 

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. O REM MT beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, pequenos e médios produtores da agropecuária, povos e comunidades tradicionais e os povos indígenas. O REM MT também realiza o fomento de iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir as emissões de CO2 no planeta. 

 

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). 

 

 

Por Priscila Soares (REM MT)

 

 

Microcrédito, comércio solidário e fortalecimento de agricultores: veja ações que REM MT apoiou em Alta Floresta e região

Projetos valorizam a agricultura familiar mato-grossense (Foto: Reprodução)

Há momentos na vida em que tudo o que uma pessoa precisa é de uma oportunidade. Pensando nisso, o Instituto Ouro Verde (IOV) desenvolveu uma série de iniciativas para fortalecer agricultores familiares de Alta Floresta e região. Com apoio do Programa REM MT, estão sendo desenvolvidas ações de microcrédito, banco comunitário, artesanato, cadeia de valor do pequi e sementes, no intuito de melhorar suas atividades produtivas, reforçando práticas sustentáveis e otimizando a geração de renda das famílias. 

 

Durante o Encontro Geral do IOV, que ocorreu nos dias 26 e 27 de agosto, em Alta Floresta, foram apresentados os resultados finais do projeto “Agricultura Camponesa: articulando crédito e comercialização para o fortalecimento da agricultura familiar no portal da Amazônia”, que foi apoiado pelo REM MT. 

 

Ao todo, 5 ações foram desenvolvidas: Banco Raiz, SISCOS, Mulheres de Fibra, Sumaúma Alimentos e Rede de Sementes. Além de discutir microcrédito e comercialização, também ocorreu uma feira com troca de sementes, ramas e mudas. 

 

Gestora do IOV, Ana Carolina França Bogo, relata as discussões propostas no encontro. “Foi um espaço super importante de discussão, de olhar pras questões aprendidas nesses últimos dois anos e meio, olhar para aquilo que a gente avançou e que ainda precisa avançar e entender o quanto foi importante o Programa REM acontecer nesse momento”, pondera.

 

BANCO RAIZ - MICROCRÉDITO PARA PRODUTORES

 

O Banco Comunitário Raiz é uma iniciativa de economia popular e solidária articulada pelo IOV, que dinamiza o Fundo de Apoio à Agricultura Camponesa, por meio de recursos financeiros para investimento e custeio da Agricultura Familiar do Território Portal da Amazônia, região norte de Mato Grosso. A ideia é fortalecer a produção, transformação e comercialização de produtos agroecológicos.

 

O investimento dá apoio para aquisições de ferramentas, implementos, sementes, irrigação, kit de energia solar, construção e reforma de estruturas, pomares agroflorestais e sistemas silvipastoris e muito mais. 

 

Sua missão é ser um agente dinamizador da agricultura familiar e pequenos empreendimentos da Amazônia, que impactam positivamente a floresta e contribuem para o bem-estar das famílias de forma inclusiva entre homens e mulheres.

 

O agricultor José Severino de Oliveira, que integra o Banco Raiz, cita que ele foi desenvolvido justamente para atender todas as demandas dos produtores - feito para eles e por eles. “A iniciativa do Banco Raiz é financiar pequenos projetos voltados para a agroecologia nas comunidades. A gestão do banco nas comunidades é feita através do CAC, que é o Conselho dos Bancos nas Comunidades, e esses investimentos são organizados pelos produtores que fazem parte do conselho e que moram na comunidade”, relata.

 

A iniciativa deu tão certo, que Pedro Ananias, consultor da Rede Capital, espera que o Banco Raiz cresça e beneficie agricultores e agricultoras de Mato Grosso inteiro.

 

“A experiência aqui é muito rica, já que traz fundamentos importantes da assistência técnica, com crédito, com acesso a mercado. Então, até nasce uma concepção completa. Eu até ontem acrescentei na palestra que falta o fundo garantidor, porque a falta de garantias é uma barreira pra acesso de crédito, precisamos pensar em estruturar isso aqui, para ter um programa completo”, diz Pedro.

 

SISCOS - COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA

 

Semanalmente as famílias informam seus produtos disponíveis (frutas, legumes, verduras, queijos, doces, pães, etc) e os consumidores cadastrados fazem suas encomendas através do site (www.siscos.com.br) ou aplicativo. 

 

São mais de 70 tipos de produtos comercializados que são colhidos momentos antes das entregas, garantindo mais sabor e qualidade. Além disso, os preços são estabelecidos baseados na lógica do comércio justo para quem produz e quem vende.

 

A produtora Alice da Silva Souza viveu o antes e depois do Siscos e conta como a sua rotina mudou. “O Siscos pra nós é muito importante. Quando a gente conheceu o Siscos, a gente pensou 'será que vai dar certo?. Mas, hoje vejo que é um projeto que está dando certo para a construção familiar, quase toda a semana a gente entrega. Agora levamos alimento de qualidade para outras famílias, que podem ter acesso ao Siscos”, comemora Alice.

 

O Siscos é uma iniciativa conjunta entre famílias de agricultores e o IOV, para facilitar o acesso aos produtos da agricultura familiar diretamente para o consumidor final em endereço sugerido.

 

MULHERES DE FIBRA - ARTESANATO

Fibras de bananeira, buriti, tucum, taboa, milho, bacuri, além de inúmeras sementes florestais, fazem parte do dia a dia de mulheres resilientes que com um olhar diferenciado para o meio onde vivem em busca de oportunidades de geração de renda e qualidade de vida, criaram a Rede Mulheres de Fibra Portal da Amazônia há quase 10 anos. A alusão da palavra “fibra” diz respeito não só à matéria-prima principal de seus trabalhos de arte, mas também à força e resistência das mulheres do campo.

 

O reconhecimento do ecossistema e as riquezas que a floresta – em pé – têm a oferecer estimulam a geração de trabalho e renda dessas mulheres. Da natureza elas produzem flores, bandejas, jogos americanos, sousplats, mandalas, descansos de panelas, almofadas e muito mais.

 

SUMAÚMA ALIMENTOS

 



Mulheres da região norte se uniram e criaram a Associação De Mulheres Da Agricultura Familiar Do Portal Da Amazônia (AMAFPA), que comercializa seus produtos pela Sumaúma Alimentos. 

 

De todos os frutos nativos do Cerrado, o pequi é o mais consumido e comercializado, e também o melhor estudado nos aspectos nutricional, ecológico e econômico. Com a enorme variedade, a associação conseguiu trabalhar com o Pequi Gigante da Amazônia. Atualmente, 10 mulheres estão na ativa e chegaram a processar 11 toneladas de pequi no ano passado.

 

REDE DE SEMENTES

Moradora da comunidade rural Nossa Senhora da Guadalupe, Valquíria Aparecida Seze Felito é diretora da Cooperativa Agropecuária Mista de Nova Guarita (Cooperguarita). Com 124 associados, a Cooperguarita é responsável pela gestão de uma rede de coletores de sementes em oito municípios: Apiacás, Alta Floresta, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Terra Nova do Norte, Santa Helena e Colíder.

 

Os projetos impactaram positivamente os produtores e também precisam se estender por todo o estado, avalia Valquiria. 

 

“A iniciativa vem impactando bastante as comunidades, os coletores e coletoras através dos projetos tanto do Banco Raiz e das atividades de apoio diretamente à rede, em questão de formação técnica, da capacidade dos coletores estarem se organizando nas comunidades. Isso é fundamental pra gente, que continue hoje diretamente apoiando a rede, mas que no futuro também isso possa estar acontecendo com mais pessoas e mais grupos”, avalia Valquiria. 


INVESTINDO NA SOCIOBIODIVERSIDADE

Para garantir que todos esses projetos continuem crescendo, o REM MT, por meio do Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais, já investiu desde 2018, R$ 82,5 milhões para apoiar essas comunidades.

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Mapa de Atuação

400

PROJETOS

R$30.000,00

VALOR

100.000

RESULTADOS
Para ver essa demo em ação clique aqui

Projetos AFPCTS

Projetos TI

Projetos PIMS

Projetos FIPPE

14.000

Famílias beneficiadas diretamente

22

Povos beneficiados pelo REM MT nas 7 regionais

52.250

Hectares sob manejo de baixo carbono

R$200 milhoes

Em investimentos privados anuais para produção sustentável de baixo carbono

8.940.000 tCO2e

É a nossa meta em reduções de emissões oriundas de desmatamento remuneradas